domingo, 29 de novembro de 2009

Fortaleza de Areia

Coração, me abre um sorriso sim
Foi você quem quis acreditar
Juras de amor ao pé de ouvido assim
Só em livros feitos pra ninar

Tudo que vivi com você, amor
Foi o que eu podia te dar
O cheiro do amor no meu sofá passou
O que menos quis foi te enganar

Diz se alguma vez eu disse que pensava em ti
Nem teu corpo no meu quarto eu vi dormir
Saí da minha casa, fecha a porta e não volte mais
O meu sofrimento já sofri diverso pra trás

Todo meu carinho por você, meu bem
Não passou de história pra contar
Tudo que eu lia pra você, neném
Não vou ler de novo ao pé do altar

Não se espante por eu dizer que é o fim
Admita, viu ele chegar
A pergunta sua de se sou feliz
É, outra mulher vai decifrar

sem resposta ela vai ficar
meu conto de fadas sem amor
meu balão de gás sem calor
um filme do Jason sem terror
Cadillac made in camelô

Girassol

Colombina bonita que passa por aqui
Todo dia espalhada flor
Se descobre o meu pólem
talvez planta viro eu
cultivando seu calor
Feito dia

A se fosse Arlequim
Pra ter coragem de aceitar
Que capim não é fulô
Seria eu colorando seu humor
e não Pierrot

Colorida me espera
pra dizer que nessa terra
Já chegou o carnaval

Margarida floribela
vem viver feito donzela
Nesse samba triunfal

Acalanto

Olha esse móvel descolorindo
no quarto, sozinho, persistindo em existir
olha eu imóvel e te sorrindo
implorando algum carinho
como se pudesse conseguir

Olha, me convida pra viver a vida
que eu me moldei pro que você quis

Lembra você de que vivemos
tanto querer, sem tino deixamos escapar
lembra você de nossos invernos
de choros escondidos
que fui eu a te embalar

Lembra que sou eu que me conformo nos seus conformes sem eu me importar

E mesmo assim sou eu que jaz sozinho
sozinho, enfim

No mesmo ritmo que quis te ver dormindo
dormindo em mim

Boi, boi, boi. Boi da cara preta
Leva essa menina que tem medo de careta

Sabe que mais?

Ó, meu bem, sabe que mais?

Amar é pular por piscina vazia
Sangue nos olhos, preparo na ginga
Com preocupação ou no deixa rolar

Chegando ou não a gente vai de mansinho
cobiça a esposa, oferta carinho
e dá muito mais do que pode bancar

Feliz é aquele que quando não chega
Percebe o vermelho que sai da cabeça
aberta e vazia, colorindo a vida
Vivendo ou não

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Disse a mim, amém!

Do vão me apareceu
alguém sem bem-me-quis
não vi desflorecer

Sequer um mal-me-quer
e sem eu perceber
dourou-se alecrim

disse a ela também

Se eu ainda não te falei
que é nosso jeito ou se já não sei
É porque nosso amor ainda é botão.
E se Deus quiser,
e ninguém criar viés,
há de ser bordão

Depois de perceber
sequer um mal-me-fez
foi desflorir a solidão

Não viu lhe florescer
alguém que bem lhe quer
do não lhe aparecer.

Disse a mim além

santo fez, eu amarei,
daquele jeito, mas eu já sei
certo que pra mim já é bordão
E se a gente quiser
e a sorte vier
da nossa flor nasce verão.

sábado, 22 de agosto de 2009

Saudades...

Será que eu me lembro mesmo
ou foi só fantasia?
Vestido, cabernet, petit gateau
ou um guarana numa mesa da cantina.

Será que eu vivi mesmo
ou inventei uma mentira
só pra passar mais um domingo
acreditando que eu já fui feliz,
e que durou mais que um dia?

Será que tudo isso existiu mesmo
ou nunca registraram teu nome
em cartório, Marília?