domingo, 29 de novembro de 2009

Acalanto

Olha esse móvel descolorindo
no quarto, sozinho, persistindo em existir
olha eu imóvel e te sorrindo
implorando algum carinho
como se pudesse conseguir

Olha, me convida pra viver a vida
que eu me moldei pro que você quis

Lembra você de que vivemos
tanto querer, sem tino deixamos escapar
lembra você de nossos invernos
de choros escondidos
que fui eu a te embalar

Lembra que sou eu que me conformo nos seus conformes sem eu me importar

E mesmo assim sou eu que jaz sozinho
sozinho, enfim

No mesmo ritmo que quis te ver dormindo
dormindo em mim

Boi, boi, boi. Boi da cara preta
Leva essa menina que tem medo de careta

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